O povoamento do território que corresponde à actual freguesia de Tonda é bastante remoto, reportando-se a épocas anteriores ao século XII.
Para comprovar esse facto há que ter em conta os vestígios arqueológicos da região, bem como a toponímia local.
Assim, na toponímia desta freguesia os exemplos mais representativos são Cunha, Póvoa de Rodrigo, Alves, bem como o topónimo principal Tonda.
O primeiro parece tratar-se da evolução fonética do termo latino "colina", no sentido de elemento geográfico; no que diz respeito ao topónimo "Tonda", são várias as interpretações: uma das hipóteses remete a origem do termo para o latim "tondere" que significa "tosquiar", relacionando-o com a vida pastoril da região; uma outra explicação faz deri-var o topónimo do português antigo "atondo", no sentido de arrotear ou explorar um terreno inculto e "utilizar-se dos seus frutos, mas sem o poder dar, doar, trocar ou vender, sendo um mero usufruário, e não senhorio directo"(Pinho Leal).
Outra hipótese ainda, reporta o topónimo para o termo do latim "attonditu" que liga o sentido do étimo a alfaias agrícolas.
Apesar de todas estas explicações, o certo é que o topómino "Tonda" permanece ainda de significado e origem obscuros.
A paróquia de S. Salvador de Tonda já se encontrava instituída antes do século XIII, estando incluída no vasto distrito, ou "terra" de Besteiros, possuindo então magistratura local, o que parece indicar que se encontrava como uma organização municipal própria. Segundo as Inquirições de 1258, o território desta freguesia fora povoado a foro de jugada e de cavalaria, tendo ficado uma parte reguenga simples. As jugarias eram então compostas por quatro casais, dando cada um dos jugadeiros
à coroa diversos foros de pão, a sexta do vinho e de linho, um capão e um frangão, além da obrigação do serviço militar e dos encargos criminais. Já as cavalarias de Tonda eram sete e meia, com encargos civis e militares.
Ainda pelas Inquirições de 1258, sabe-se que no tempo de D. Sancho II, o mosteiro de Lorvão comprara em Tonda um casal de cavalaria e não fazia dele qualquer foro à coroa, a não ser dar na colheita régia.
Já no reinado anterior de D. Afonso II, o abade de Castelães obtivera aqui uma vinha foreira de cavalaria e também não fazia foro.
Em Tonda, a par dos vilãos, já havia fidalgos, como o cavaleiro filho de algo Soeiro Pais "de Tonda" que na época de D. Sancho II adquirira herdades de cavalaria e honrara-as.
O padroado pertencia então à coroa, pelo que os padroeiros, ou apresentantes do prelado eram todos indivíduos da classe popular, foreiros à coroa; e assim se explica que S. Salvador de Tonda apareça abadia do padroado real.